EQUILÍBRIO, TONTURAS E LABIRINTITES...
O equilíbrio, é a sensação que temos em dominar a posição do
nosso corpo parado ou em deslocamento.
Essa sensação depende de vários dos nossos sentidos e
órgãos. O cérebro é quem dá a palavra final, coordena e atribui a maior ou
menor importância das informações que chegam a ele.
A informação, sob a forma de energia vindo dos vestíbulos — [labirintos], dos olhos, dos infinitos sensores posturais do
nosso sistema muscular e esquelético, sensores táteis de pressão nos nossos pés
e mãos, enfim uma infinidade de informações sobre nossa posição estática
[parada] ou dinâmica [movimento].
O desconforto gerado
por falhas nesses sistemas é o desequilíbrio.
A vertigem, é uma sensação rotatória de intensidade
variável, que pode ser espontânea, ocorrendo sem qualquer movimento do corpo ou
da cabeça, ou ser provocada por pequenos ou grandes movimentos. A vertigem é uma ilusão de movimento,
sabemos que nem nós ou o ambiente que estamos, poderia girar daquela forma. E,
no entanto, temos essa sensação!
A vertigem rotatória, é um sintoma gerado por mau
funcionamento da porção do ouvido interno, denominada vestíbulo atualmente, — no passado conhecida como labirinto! É o nosso sensor de deslocamento espacial, — movimento.
Essa vertigem ocorre, geralmente
acompanhando outros sintomas relacionados ao ouvido interno, como: zumbidos,
sensação de liquido no ouvido, abafamento ou pressão auditiva, cabeça cheia,
dor de cabeça, desconforto abdominal, náuseas e podendo chegar a vômitos.
Esse conjunto de sinais e sintomas
gerados pelo mau funcionamento do sistema vestibular, é denominado síndrome vestibular periférica. As
causas são praticamente infinitas! Isso decorre da delicadeza desses sensores e
da complexidade de sua inter-relação dentro do sistema do equilíbrio.
Praticamente todas as condições que cursem com alterações da nossa bioquímica
sanguínea, metabolismo do fígado, rins, tireoide, tem alguma influência no funcionamento
do nosso sensor de movimento.
Todas as substancias com propriedades estimulantes, ou
depressoras sobre nosso sistema nervoso tem efeitos indesejados sobre nosso
equilíbrio, em particular sobre o sistema vestibular: álcool, fumo, alcaloides,
anfetaminas, maconha, éter e solventes em geral, perfumes, inseticidas, agrotóxicos,
mesmo os que parecem mais inofensivos, podem determinar sintomas vertiginosos
importantes e crises vestibulares.
Excesso de açúcar, carbo-hidratos, cafeína, [chá mete,
chocolate e refrigerantes em geral contem cafeína], taurina e outros similares — ditos energéticos, e milhares de medicamentos podem
desencadear sintomas vestibulares.
O maior fator de mau
funcionamento do sistema vestibular e também do restante do sistema, que nos
mantem o equilíbrio corpóreo, é o desuso! Pior que o simples envelhecimento
natural, muito pior, é envelhecer sem uma atividade física mínima, regular.
É muito comum que a
essa falta de movimento associada a alguns dos fatores acima tragam sintomas
relacionados a desequilíbrio e vertigens.
A atividade física
deve ser leve, prazerosa, barata e fácil de realizar. O simples fato de caminhar
regularmente 40 minutos, andar de bicicleta, nadar. Essa rotina, ao menos cinco
dias na semana, associado a uma pequena série de movimentos para estimular os
vestíbulos, e alimentação bem balanceada, tem se mostrado a melhor forma de
manter um bom equilíbrio a vida toda.
Qualquer pessoa, só
de ficar pouco ativa ou pior ainda, inativa, passa a manifestar sintomas de
desequilíbrio importantes.
Esses sintomas tiram a independência dos idosos
principalmente, trazendo o temor de quedas e crises cada vez mais frequentes.
O grupo dos sintomas conhecidos como tonturas, inclui fraqueza muscular, escurecimento da visão, e
alterações de sensibilidade, entre muitos outros. Podem em grande parte ser
causados pela mesma falta de movimento, doenças relacionadas ao envelhecimento
em geral, alterações da coluna cervical principalmente. Mas os medicamentos em excesso, estão relacionados
frequentemente a sintomas, associados ao desequilíbrio.
Deve se tomar cuidado em especial com crises com sintomas
relacionados à perda de memória, alteração da fala, quedas bruscas sem vertigem,
apagamentos, sintomas visuais transitórios, inabilidade com as mãos, fraqueza
nas mãos, perda de sustentação dos membros inferiores, incontinência urinaria
ou fecal associada. Essas condições necessitam avaliação neurológica e, ou
cardiológica, urgentes.
Bem, e as labirintites?
Essa condição na realidade é cada vez mais rara, felizmente! Conceitualmente,
labirintites são as inflamações ou infeções do ouvido interno, assim corretamente
denominadas. Essa ocorrência é cada vez mais rara, graças aos modernos
antibióticos e ao acesso da população aos tratamentos clínicos e cirúrgicos
otológicos.
Labirintite atualmente, ficou como uma espécie de apelido, com
que os leigos e mesmo alguns profissionais tremendamente desatualizados, generalizam
as vertigens. Como consequência, norteiam muitos tratamentos sintomáticos e
equivocados, pois não desvendam as causas e acabam por tornar crônicas as
vertigens.
Há pessoas com tendência a crises de vertigem e náuseas,
associadas a movimentos rotatórios, viajar em estradas sinuosas ou navegar, por
exemplo. São as denominadas cinetoses,
ou vertigens de movimento, para estas há medicação profilática eficaz.
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